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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Crente "sem-igreja". É possível???

Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR. (Slm 122:1)
Há algumas semanas, eu fiquei chocado com uma notícia que saiu na Folha de São Paulo. O título era “Sobe total de evangélicos sem vínculos com igrejas”. Estranhei o título – achei que estava errado - e a curiosidade me levou a ler o conteúdo. Mas realmente era isso mesmo!

A que ponto conseguimos chegar com a esculhambação da vida cristã!

O IBGE, em pesquisa sobre orçamentos familiares, constatou que de 2003 a 2009, o percentual de evangélicos sem vínculos com igrejas cresceu em 10%, alcançado a triste marca de aproximadamente 4 milhões de pessoas que se dizem evangélicas, porém, sem nenhum vínculo com igrejas.

É, no mínimo, estranho pensar que exista ao menos um cristão verdadeiro que pense poder praticar a sua fé sem o vínculo com uma igreja. Um indivíduo racional que se diz cristão deve, em primeiro lugar, conhecer alguma coisa da Bíblia, afinal, ela é regra de fé e de prática, ou pelo menos deveria ser.  

Ora, não conheço nada na Palavra de Deus que oriente o cristão a se desvincular da igreja. Todos os Cristãos recebem dons de Deus para colocá-los à disposição da igreja. Segundo a Bíblia, Jesus Cristo foi quem “deu dons às pessoas”. Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja. Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo. (Efésios 4:11-12)

Pensar que exista um verdadeiro cristão sem vínculo com igreja é o mesmo que pensar em um vegetariano que gosta de comer carne, ou seja, é impossível. Se o sujeito é vegetariano, é exatamente porque não come carne. Da mesma forma, se o cristão não acha importante ter vínculo com igreja é porque não é cristão.
    
Vejamos algumas considerações bíblicas sobre a importância da igreja na vida cristã:

1)Jesus Cristo ia e participava da vida em igreja:
Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum, e, no sábado, ele foi ensinar na sinagoga. (Mar 1:21)
2)Jesus Cristo estabeleceu princípios de disciplina para o membros da igreja:
Mas, se a pessoa que pecou não ouvir essas pessoas, então conte tudo à igreja. E, se ela não ouvir a igreja, trate-a como um pagão ou como um cobrador de impostos. (Mateus 18:17)
3)Os discípulos de Jesus Cristo, após a sua ressurreição, pertenciam à igreja e ela crescia em quantidade e qualidade:
Em toda a região da Judéia, Galiléia e Samaria, a Igreja estava em paz. Ela ficava cada vez mais forte, crescia em número de pessoas com a ajuda do Espírito Santo e mostrava grande respeito pelo Senhor Jesus. (Ats 9:31)
4)Ao contrário de muitas igrejas da atualidade que possuem um único líder humano, a igreja de Jesus Cristo, no tempo dos apóstolos, escolhia os seus líderes sob o temor do Senhor:
E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. (Atos 14:23)
5)A própria Bíblia, reconhecendo a natureza humana pecaminosa e os exemplos existentes ainda naquela época, exige a comunhão em igreja como uma regra a ser cumprida:
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. (Heb 10:25)
Como visto, resumidamente, acima, segundo a própria Bíblia, não é possível a existência de cristão desvinculado de igreja. Mas, diante da situação caótica de muitas igrejas, as quais têm se tornado em verdadeiras sinagogas de Satanás, não é de admirar que muitos recém convertidos, mal instruídos na doutrina bíblica, queiram realmente distância de certas "igrejas".

Porém, grande parte do problema reside no fato de que as igrejas cristãs estão abandonando a pregação bíblica da exigência da santidade, do arrependimento, do abandono do pecado, em favor de uma pregação light, sem relevância, sem compromissos e sem mudança de vida. O resultado é que estas igrejas enchem de gente no início, mas com o passar do tempo, vão se esvaziando, saem de moda! E os que ficam sem rumo por terem sido enganados pelo falso evangelho, e que ainda se consideram cristãos, preferem romper o vínculo com igreja.
    
Que não seja assim no nosso meio, que possamos fazer parte de uma igreja relevante e que pregue a Bíblia com fidelidade. Por isso, assuma compromissos com a sua igreja, busque na Palavra de Deus a orientação para sua vida pessoal, critique menos os irmãos e os ajude quando se mostrarem fracos na fé. Em vez de romper os vínculos, vincule-se cada vez mais!


Presb. Rodrigo.

domingo, 28 de agosto de 2011

Abraão: um homem como nós....


“e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus.”(Tiago 2:23)
Alunos da classe de mocidade na aula de hoje
 e alguns de seus descendentes. 
A lição que estudamos hoje na escola dominical nos ensinou um pouco mais sobre a vida de um homem que foi chamado de “amigo de Deus”. Ele foi um homem especial, pois foi escolhido por Deus para ser o patriarca de uma nação através da qual nasceu o nosso Salvador. Lembremo-nos de que Jesus Cristo, o Deus encarnado, foi, em sua natureza humana, descendente de Abraão.   

E estudando e discutindo sobre sua história e seus atos, pudemos ver que, apesar de suas muitas fraquezas, Abraão triunfou em sua fé ao persistir em ser obediente.

A história de vida dele nos traz conforto e alegria e nos estimula a entregarmos nossa vida nas mãos de Deus. A vida deste patriarca foi lapidada pelo autor da própria vida. E Abraão soube se render, cada vez mais, à vontade de Deus.  

Abordando sobre as fraquezas de Abraão, pudemos pensar um pouco mais sobre as nossas próprias fraquezas diante das decisões que temos de tomar em tempos de crise e diante das pressões humanas.

Abraão, mesmo sabendo estar protegido pelas promessas de Deus, teve medo dos egípcios, então mentiu e quase perdeu sua esposa. E, tempos depois, mesmo consciente da promessa de Deus de que ele seria pai de numerosa nação, ele acreditou poder dar um “jeitinho” de adiantar o tempo de Deus e teve, aceitando idéia da própria esposa que era estéril, um filho com uma de suas servas. As conseqüências foram, obviamente, desastrosas. Mas Deus, com misericórdia, operou e superou estas adversidades na vida de Abraão. Aos 100 anos de idade e com sua esposa já envelhecida e estéril, Deus, no tempo certo agiu, e, Abraão gerou a Isaque, que também foi patriarca do povo Hebreu.

Assim também acontece em nossas vidas, não entendemos o poder e nem o tempo de Deus e tentamos apressar o seu agir soberano. Assim como no tempo de Abraão, ainda hoje os costumes sociais e seus valores morais distorcidos podem se tornar verdadeira armadilha para o cristão.

Mas podemos aprender ainda mais com as virtudes deste amigo de Deus. Abraão foi obediente ao atender ao chamado de Deus e abandonar sua tradição familiar idólatra. A história da antiguidade nos mostra que a região dos Caldeus era fonte de todo tipo de adoração aos astros celestes e a diversas outras divindades, todas alheias ao Deus único e verdadeiro. Todo o cristão, convertido de crenças contrárias a Bíblia, sabem o quanto é difícil se afastar das tradições humanas idólatras e dos valores sociais corrompidos. Abraão é exemplo de obediência em se afastar do pecado.

Outras virtudes de Abraão também são exemplos para nós: ele se preocupava com sua família e soube socorrer seu sobrinho Ló, cujo pai já era morto, quando este se tornou prisioneiro, e mesmo antes disso, Abraão havia permitido a Ló que escolhesse a melhor porção da terra  para morar. Quando Ló foi morar na região de Sodoma e Gomorra, que era perigosa e contaminada pelo pecado, Abraão intercedeu, com ousadia, diante de Deus, em favor dos justos habitavam naquela cidade. Ele poderia ter adotado a filosofia do “danem-se”, comum em nossos dias, mas fez exatamente o contrário. E Deus atendeu ao clamor de Abraão e salvou Ló mais uma vez.

E assim, concluímos que Abraão era um homem como nós...

Ele morava em meio a um povo contaminada pelo pecado e pela idolatria, mas soube se desligar de tudo isso para seguir ao Deus único e verdadeiro. Hoje, estamos sendo bombardeados pelo relativismo moral e pelo conceito errado de religião e de Deus. A necessidade do arrependimento pelo pecado e da busca de santidade não é mais tema na maioria das igrejas dita evangélicas.  

Ele precisava da orientação de Deus para sua vida e para evitar que caísse na idolatria. Hoje, sem a orientação de Deus, muitos de nós temos sido vítimas do consumismo, do egoísmo e da luxúria que nos contamina.

Ele recebeu um chamado de Deus e atendeu este chamado. Será que temos obedecido ao chamado de Deus? Todos nós, que cremos na salvação unicamente pela fé em Cristo, temos um chamado e uma missão cumprir, mas que exige obediência. Estamos dispostos a isso?

Não é possível ser amigo do mundo (dos valores do mundo) e amigo de Deus ao mesmo tempo: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4)

Que Deus nos abençoe nesta semana que se inicia e que estejamos, a partir de amanhã, iniciando o estudo da terceira lição da nossa revista. Vamos estudar sobre Sara, esposa de Abraão. Fiquem atentos! 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Abraão, o pai de todos os que creem

Atenção alunos! 

No domingo, a nossa sala volta a se reunir para continuar os estudos sobre a revista “Gente como a Gente”. Vamos estudar a segunda lição. Ela fala um pouco sobre a vida de Abraão e vai nos mostrar que ele, com suas fraquezas e virtudes, é gente como a gente e que todos erramos e pecamos, mas que esses erros e pecados podem e devem ser corrigidos a partir da dependência de Deus.

A narrativa da história de Abraão, que antes se chamava Abrão, começa no capítulo 11 do livro de Gêneses.
Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (que significa pai de uma multidão) em razão da promessa que lhe fez  “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!  (Gên 12:2)

A fidelidade e a obediência de Abraão a Deus lhe garantiu um lugar entre os heróis da fé: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia"  (Heb 11:8)

Porém, é possível identificar também algumas fraquezas na vida de Abraão:

1)Desceu ao Egito sem consultar a Deus (Gn 12:10-20)
2)Teve medo dos incrédulos (Gn 12:11-13)
3)Mentiu ao dizer um meia verdade (Gn 12:12-13)
4)Aceitou o jeitinho (Gn 16:1-4)

Mas as virtudes deste homem devem ser imitadas por nós:

1)Obediência a Deus (Gn 12:1-4)
2)Socorreu o parente Ló em tempos de crise (Gn 14)
3)Era hospitaleiro (Gn 18:1-8)
4)Foi chamado “amigo de Deus” (Gn 18:17-18)
5)Intercedia em favor da justiça (Gn 18:22-23)

Leia a lição na revista e os textos bíblicos indicados. Medite nas virtudes e nos bons exemplos deste servo de Deus! 


Lembrete: Amanhã, nós todos iremos até a Igreja Macedônia participar do "Mocidade em Missão", a partir das 19h30min! Vejam os detalhes no post abaixo. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Noé – A diferença faz o homem

"Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens”(Cl 3:23)
Entendemos que realmente Deus nos confere missões na vida e para isso nos capacita com dons e talentos imerecidos. A história de Noé é prova disso.

Noé foi um homem que não aceitou viver como todos viviam; trabalhou em um projeto de Deus, mesmo diante da oposição da sociedade; ele andava com Deus -  e Deus se revela àqueles que andam com ele; ele era justo e íntegro.

Mas na vida diária somos tentados a desacreditar do potencial de Deus em dirigir a história de nossas vidas. Falta-nos coragem para seguir exemplos de determinação e coragem como Noé o fez.

Ele foi diferente dos homens de seu tempo para agradar a Deus. Nós, infelizmente, procuramos ser iguais aos homens do nosso tempo, desagradando a Deus. Vejamos algumas características da diferença de Noé:
Réplica da Arca

1)Um Homem de Família
“... Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Jos 24:15)
Lameque, o pai de Noé era temente a Deus e preocupava-se com o futuro do seu filho. Noé significa “descanso”. O nome de Noé tinha um significado, assim como sua vida.

A Bíblia não menciona as reações da família de Noé diante do seu empreendimento, mas dá a entender que ele soube orientá-los e convencê-los, pois todos entraram na Arca com ele.

2)Um homem de Deus
A comunhão entre Noé e Deus começou muito antes do início da construção da Arca. Deus preparou Noé por 500 anos. Deus o acompanhou e o capacitou. Por isso, não é preciso temer trabalhar na obra de Deus. Todos nós somos, por natureza, incapacitados. Mas Deus dá capacidade.

3)Um homem de Ação
“Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tiago 2:17)
Por 125 anos Noé esteve ocupado na obra de construção da Arca. Noé não se preocupou em entender de onde viria a água nem como a inundação ocorreria. Ele simplesmente fez a arca nos moldes dados por Deus.

Se é Deus quem diz, com certeza é verdade e, certamente, acontecerá o que foi dito. A experiência Bíblica é a mesma ontem, hoje e para sempre. Em tempos difíceis, a melhor decisão que se pode tomar é obedecer a Deus.
Interior da Réplica de Johan Huibes

4)Um homem Organizado
“buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33)
Noé mudou seus hábitos, construiu algo novo, mudou o rumo da vida para fazer vontade a Deus. Ele reorganizou seu tempo, pois a nova tarefa exigia tempo disponível. Estabeleceu e cumpriu com suas prioridades, pois soube se concentrar no que era realmente importante. E, principalmente, trabalhou para ver o cumprimento da promessa, seu trabalho tinha um objetivo.


Lembrem-se, nossas ações devem ser moldadas pela nossa crença.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Noé – Fé e Ação

“Foi pela fé que Noé ouviu os avisos de Deus sobre as coisas que iam acontecer e que não podiam ser vistas. Noé obedeceu a Deus e construiu uma barca em que ele e a sua família foram salvos. Assim Noé condenou o mundo e recebeu de Deus a aprovação que vem por meio da fé” (Heb 11:7)
No domingo, se Deus quiser, nós estaremos discutindo sobre a primeira lição da revista “Gente como a Gente”. O Título da lição é “Noé, o navegador instruído por Deus”.

A história de Noé é uma das mais empolgantes da Bíblia, pois nos mostra a importância e a recompensa que nos é garantida pela obediência a Deus.
“Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus”(Gên 6:9)
Réplica da Arca feita pelo holandês Johan Huibers

A fé de Noé às palavras e ordens de Deus produziu nele a vontade e a determinação de construir a Arca, conforme o modelo dado por Deus, propiciando a salvação da humanidade. Deus destruiu tudo o que havia criando, mostrando que é soberano e justo e que não suporta o pecado. Mas Deus providenciou a salvação de seus escolhidos, mostrando que é Deus de misericórdia e amor. Deus não muda!

A fé de Noé, além de produzir ação, nos mostra a importância de confiar em Deus ainda que tenhamos de nadar contra a maré da sociedade.

O contexto histórico da época de Noé é quase inimaginável. As pessoas viviam por centenas de anos, o clima do planeta era radicalmente diferente, não havia chuva, as pessoas não se alimentavam de carne, é possível que a própria constituição física dos seres humanos fosse bem diferente.

Porém, eram seres humanos pecadores como nós, pois o pecado foi incorporado ao ser humano com Adão, o primeiro homem. Veja que o contexto social da humanidade não era tão diferente: a maldade se multiplicava na terra; a incredulidade dividia as pessoas; não se podia confiar em ninguém; havia egoísmo, idolatria, violência e corrupção por toda parte.

“A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra”(Gên 6:11-12)

É nesse contexto que Deus escolhe Noé e lhe incumbe de uma grande responsabilidade: salvar a humanidade e as espécies que viviam sobre a terra.

Será que Deus também nos escolheu e nos deu uma missão?
Leia os capítulos 6 e 7 de Gênesis.