“Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR não te apareceu. Perguntou-lhe o SENHOR: Que é isso que tens na mão? Respondeu-lhe: Um bordão. Então, lhe disse: Lança-o na terra. Ele o lançou na terra, e o bordão virou uma serpente. E Moisés fugia dela”(Êxo 4:1-3)
Deus escolhe as pessoas certas para missões importantes. Nós
percebemos a escolha de Deus através da confissão sincera na salvação gratuita
em Jesus Cristo, que morreu por nós e cujo sangue nos purifica de todos os
nossos pecados.
Escolha e Missão
Pois bem, todos os que são escolhidos são também designados
para alguma missão na obra de Deus. Então, por que temos tanta dificuldade em
colocar a mão na massa e começarmos a trabalhar?
Uma das principais razões é a eterna desculpa de que nos
falta algo. É aquela velha história: “se eu tivesse tal coisa...”; “se Deus
tivesse me dado tal talento ou tal dom...”; e por aí vai!
Desculpas esfarrapadas
A nossa postura diante de Deus é a mesma de Moisés. No início ele tentou dar desculpas para não
aceitar o chamado de Deus. Moisés vivia o problema da baixa autoestima. Ele
não se dava conta de que Deus capacita àqueles que são chamados.
A história de vida de Moisés até aquele momento justifica
sua baixa autoestima. Ele tentou libertar o povo de Israel através de sua
própria força e não conseguiu. Tornou-se fugitivo e estava vivendo isolado em
uma terra distante, pastoreando o rebanho do seu sogro.
Ferramenta de trabalho
Quando Deus o chamou do meio da sarça ardente, Moisés só
dispunha de um bordão e nada mais. Porém, o bordão era tudo para ele. Com o
bordão ele protegia e guiava o rebanho.
O bordão era o seu sustento, a sua ferramenta de
trabalho naquele deserto. Mas mesmo sendo um instrumento importante, não possuía
nenhuma função extraordinária; era apenas um simples objeto.
Ferramenta de Deus
É importante observar que logo de início Deus não deu nada a
Moisés além daquilo que ele já possuía: um simples bordão, aquele mero pedaço
de madeira.
Se Moisés ficasse esperando coisas preciosas, valiosas ou raras para
começar a trabalhar, nunca teria deixado de ser um simples pastor de ovelhas no
deserto.
Deus lhe mostrou o valor das ferramentas simples quando elas
são dedicadas e ofertadas a Deus. Deus quer utilizar aquilo que ele já colocou
em nossas mãos. Infelizmente, não gostamos de perceber isto.
Ferramenta Viva
A primeira lição importante que precisamos aprender é que
tudo o que temos nas mãos pode adquirir vida se forem colocadas a serviço de
Deus. O bordão transformou-se em
serpente. É algo miraculoso. Mas não nasceu miraculoso.
O bordão de Moisés tornou-se
extraordinário quando colocado diante de Deus.Costumamos não valorizar o que Deus já nos deu e, por isso,
as ferramentas que já possuímos parecem tão sem valor, sem utilidade e sem vida.
A saúde se transforma em doença. Os bens são consumidos pela traça ou levados
pelo ladrão. A voz em rouquidão. A disposição em preguiça. O tempo em
ansiedade. A vida passa e é como se ainda não tivéssemos vivido. É uma vida no
lixo.
As ferramentas, todos nós já as possuímos, só resta dar-lhes
vida. Só Deus pode conceder dar vida. Ele
é o autor da vida. Só o que está na presença de Deus pode ter vida própria, abundante
e tornar-se dotado de funções extraordinárias.
Ferramenta para a Glória de Deus
A segunda lição que temos é que tudo que colocamos a serviço
de Deus, além de tornar-se vivo, torna-se também instrumento para a proclamação
da glória de Deus.
A essência e finalidade da vida do ser humano é glorificar a
Deus e alegra-se nele dia após dia, por toda a eternidade. A glória de Deus é o
sentido da vida!
Então, todas as ferramentas que possuímos precisam ser
usadas para a glória de Deus e benefício da obra do seu Reino aqui na Terra. O simples
bordão de Moisés, que antes servia apenas para pastorear um rebanho, ao ser colocado
à disposição de Deus tornou-se instrumento de glória.
Com ele, Moisés deu
demonstração de poder aos Egípcios: transformou as águas do rio Nilo em sangue;
abriu o mar vermelho; tirou água da
rocha; simbolizou o poder absoluto de Deus sobre as força da natureza.
Uma simples habilidade ou os nossos poucos bens, quando
colocados à disposição na presença de Deus, podem se tornar ferramentas vivas,
poderosas e próprias para glorificar a Deus e nos conceder alegria eterna.
Portanto, não devemos menosprezar nossa vida, nem menosprezar
o que Deus nos dá. Mas sim, usá-los como ferramentas vivas e poderosas para
glorificar e louvar ao nosso Deus.