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segunda-feira, 4 de julho de 2016

II - O CAMINHO DO DISCIPULADO - RESUMO – PARTE 01

1-OBEDIÊNCIA (Lucas 6.46-49)

Uma interpretação apressada sobre a exigência de deixar tudo para seguir a Cristo pode trazer sérios danos e prejuízo à vida de um cristão. 
Ser discípulo não significa necessariamente deixar a família, o emprego ou os bens. Não é bem assim! 
Ser discípulo é exercitar o desapego ao mundo, apegando-se a Deus. 
Ser discípulo é ser despertado para uma missão, seja longe, perto ou dentro de casa. Essa é uma missão que exige disciplina e obediência. É, essencialmente, uma missão de libertação da escravidão do pecado. 
Vejamos alguns pontos:

1-Confissão sem prática. A desobediência começa sempre através de uma religiosidade sem prática. Muitos, ontem e hoje, seguiam Jesus apenas por curiosidade, outros por admiração, mas poucos com compromisso de mudança de vida e arrependimento pelos pecados. Na história do povo de Israel, o exílio e a escravidão eram a justa punição de Deus contra uma religiosidade sem compromisso e vazia. Daí a mensagem dura dos profetas (Ez 33.30-32 / Is 29.13). O problema da confissão só "da boca pra fora" também existia no início da comunidade cristã e foi alvo de duras críticas (Tiago 1.22-25).

2-Como Jesus fala hoje conosco?

Ou melhor, como saber o que Jesus requer de nós?

O primeiro princípio a ser aprendido é que Deus atualmente não fala com as pessoas fora dos preceitos da Bíblia. Os sentimentos, as intuições, os sonhos ou qualquer outra manifestação da mente humana não estão acima da Palavra de Deus. A Bíblia e a atuação do Espírito trabalham juntas e de modo coerente (Jo 3.8 / 1Jo 5.6). Quem deseja sinceramente ouvir a voz de Cristo deve seguir os seguintes passos:

a)Estudar a Bíblia diariamente (At 17.11). Assim como fazemos com o corpo físico, devemos nos alimentar regularmente da Palavra de Deus para nos tornarmos espiritualmente fortes.

b)Estudar a Bíblia sistematicamente (Js 1.7-8). A leitura aleatória de textos isolados da Bíblia é algo caótico e errado que induz à falta de profundidade, atenção e respeito. Os livros devem lidos por inteiro e mais de uma vez.

c)Estudar a Bíblia toda (2Tm 3.16-17). A confirmação e a interpretação correta só podem ser achadas mediante a compreensão dos textos completos. Uma passagem ajuda a compreender a outra, formando uma unidade coerente e perfeitamente compreensível.

d)Estudar a Bíblia em atitude de oração (Dn 9.1-3). Devemos nos aquietar e confiar em Deus, pedindo ajuda para obedecermos ao que entendemos de sua Palavra. Sem o estudo diário e a oração, não estamos de fato andando com Cristo ou seguindo os seus caminhos.

3)A Liberdade da Obediência . Para algumas pessoas, inclusive que se dizem crentes, orar, estudar a Bíblia diariamente, obedecer aos mandamentos e manter comunhão com a igreja é algo enfadonho e pouco prazeroso. Quem assim pensa, está muito distante do ideal cristão. Não é discípulo! Não é cristão! Ainda está preso ao egoísmo e feliz em ser escravo do pecado.

A verdadeira felicidade está firmada na obediência. A fidelidade traz sentido para vida neste mundo e ainda garante recompensas para a vida eterna! À medida que nos tornamos fiéis à Palavra de Deus, nos tornamos discípulos e passamos a conhecer a verdade e a verdade nos traz libertação (João 8.31-36).

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

I - O SIGNIFICADO DO DISCIPULADO - RESUMO – PARTE 03

3) TOMANDO A CRUZ (lucas 9.23-26)
A palavra chave para a compreensão deste ponto é abnegação. Tomar a cruz é abnegar de nossas vontades em favor da vontade de Cristo. É morrer para o mundo e viver para Deus.

Pregar sobre abnegação também está fora de moda.  As marcas da igreja devem incluir a abnegação dos membros, além das tradicionais marcas que são a pregação fiel da Palavra, administração dos sacramentos e a disciplina eclesiástica.

Os esboços da confissão de fé de Augsburg, por exemplo, definiam a igreja como a comunidade dos que são perseguidos e martirizados pela causa de Cristo. Como o mundo nos mudou!
Por que não damos atenção ao mandamento da abnegação (Mt 10.38 Lc 14.27)? Simples. Porque não gostamos de confronto com o nosso eu egoísta e preguiçoso.  Queremos relacionamentos restaurados sem praticar a misericórdia; queremos resolver conflitos internos sem disciplina; esperamos prosperidade, mas sem trabalho; pedimos perdão, mas sem arrependimento.
A abnegação deu lugar ao desnecessário reforço da autoestima, da exaltação do "EU". O ser humano não precisa ser despertado para a exaltação de si mesmo. Amor próprio é algo natural, não precisa de incentivo nenhum.

I. Dizer não ao "EU"
Os elementos do discipulado não são progressivos. Jesus exigiu autonegação, tomar a cruz e segui-lo, como uma sequência simultânea na vida dos que são chamados.
O oposto da abnegação é a autoindulgência. Ser autoindulgente é a essência do pecado. É a expressão da arrogância e da exaltação do “EU”, foi o erro de Lúcifer! (Is 14.13 a 15). É a marca do não regenerado (2Pe 2.10). É uma imposição aos homens do mundo hoje (2Tm 3.1-2). É o oposto do exemplo de Cristo (Fp 2.5 a 11).

II. Dizendo "SIM" a Deus
Todavia, apenas dizer não ao "EU" não basta. É preciso uma atitude ativa do discípulo.
Primeiramente, devemos desfazer o engano de pensar que tomar a cruz é suportar o inevitável. Lidar com problemas de saúde, crises familiares, ou dificuldades normais da vida não significa estar tomando a cruz. Exemplo: os filhos, os maridos, as esposas, o emprego, uma doença qualquer, etc, não são cruzes em nossas vidas. Estes tipos de problemas são apenas uma limitação ou tribulação da qual não podemos escapar, estão presentes, em alguma medida, na vida de todas pessoas do mundo.  

Dizer sim para Deus e tomar a cruz abrange
a)oração e estudo sistemático da Bíblia, com dedicação de tempo; 
b) doação de bens e tempo em favor do próximo (Mt 25:31-46) - amor de fato; 
c) testemunho: sair em busca daqueles que Deus coloca em nossos caminhos, com exemplos e pregação (Rm 2:21-23).

Carregar a cruz significa aceitar o que Deus nos dá ou como ele nos fez e depois oferecer de volta, isso sim, significa o nosso culto racional (Rm 12:1-2)

Carregar a cruz apresenta alguma características
a)é uma demanda universal: envolve todo aquele que segue a Cristo, que é chamado por Cristo (Jo 6:37,44); 
b)é uma demanda permanente: discipulado não é uma porta de entrada, mas uma caminho a ser seguido. Envolve escolhas e decisões diárias, perenes. É estilo de vida; 
c)é uma ação intencional: envolve decisão pessoal. Ninguém tomará a cruz do discipulado em seu lugar; 
d)é uma tarefa penosa. Tomar a cruz machuca as mãos e faz moer o corpo. A cruz machuca. Assim é o serviço cristão, traz dor e ingratidão; 
e)A cruz é mortal: morte para a importância pessoal, para a autogratificação, para as vantagens e interesses pessoais.

III. Nossos olhos em Jesus
Devemos buscar uma motivação que nos impulsione ao compromisso. Devemos seguir atrás de Jesus, mantendo os olhos fixos nele. Ele caminha à nossa frente. A figura do Cristo crucificado deve nos impulsionar: "Fiz tudo isto por ti; que fazes tu por mim?".
Somos motivados pelo amor de Jesus, mediante o qual ele suportou a cruz em nosso lugar.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

I - O SIGNIFICADO DO DISCIPULADO - RESUMO – PARTE 02



2)APRENDENDO COM CRISTO (Mateus 11:28-30)

No mundo ocidental, as escolas têm origem na herança cultural da Grécia antiga. Porém, nenhuma escola treinou tantos alunos como a escola fundada por Jesus Cristo quando disse ao povo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...” 

I-“VINDE A MIM!”
Vivemos em uma época no Brasil em que as igrejas são populares e festivas, mas nada espirituais. As pessoas, em geral, não têm restrição a confessar e declararem que creem em Jesus Cristo. Mas poucos levam a sério o compromisso envolvido de seguir este caminho, independente das dificuldades a serem encontradas e principalmente a ordem de afastar-se do pecado e da hipocrisia. 
O peso do pecado é forte demais! Por isso, Cristo oferece alívio. Ele se dirige àqueles que reconhecem que estão sobrecarregados. Mas será que hoje estamos reconhecendo o peso do pecado? Será que estamos sequer reconhecendo o que é pecado?

II-“Aprendei de mim”. Jesus apresenta um desafio de aprendizagem espiritual para quem tem a consciência do pecado e busca o livramento de Deus. Ele convida para uma escola onde ele mesmo é a matéria e o professor. É uma escola onde todo discípulo se matricula num curso que dura a vida toda. A formatura será a glorificação após a morte!
As principais ideias envolvidas nesse processo é conhecer o próprio Cristo (João 17:3), sabendo, porém, que não se trata de conhecimento meramente intelectual.
Devemos conhecer sobre Deus e também experimentar de Deus.  Esse aprendizado envolve basicamente ouvir sua palavra, recebê-la como verdade, interpretá-la à luz do Espírito Santo, obedecer, por amor, aos seus mandamentos e encontrar alegria na graça amor de Deus.
Por isso, a pregação que omite e esconde a gravidade do pecado não é uma verdadeira pregação. Hoje em dia, dificilmente as pessoas sentem o peso do pecado.
Nada mais é considerado pecaminoso!
A outra ideia fundamental é ter Jesus Cristo como nosso mestre nessa escola, pois ele chamou, ou melhor, ordenou aos seus discípulos que o seguissem.

Então, como Jesus nos ensina hoje? Através da Bíblia e da orientação do Espírito Santo – operando juntas (João 14:25-26 e 16:13-14).
O Espírito Santo levou os primeiros discípulos a lembrar e registrar seus ensinamentos no que hoje conhecemos como Novo Testamento, que nos serve hoje de fiel orientação para os caminhos com o Mestre!

III-SOB O JUGO
O jugo é um instrumento colocado ao redor do pescoço dos animais para guiá-los sob o comando do dono. Jesus usa essa representação com os seguintes propósitos, dentre outros:
1) Submissão: quando Jesus se manifestou como nosso salvador, exigiu de nós o senhorio de nossas vidas. Se fomos salvos por Cristo, então ele é o nosso Mestre e nós somos seus servos, ele será nosso legislador e também nosso comandante. Submissão a Cristo não é prisão, mas vida nova, livre do poder mortal do pecado.
2) Trabalho: a colocação do jugo capacita para o trabalho. Assim, somos construtores de templos, pregadores do evangelho e embaixadores do seu reino. O ato de crer nos leva a colocar o jugo de Cristo. Se nós realmente cremos, então trabalharemos. Se não trabalhamos, é porque não cremos!
3) Companheirismo: somos chamados para um trabalho conjunto. Tomamos o jugo com Cristo. Somo cooperadores de Deus (1Co 3:9/ 2Co 6:1). Recebemos o jugo juntos, cada um é parte do Corpo de Cristo, por isso também devemos manter comunhão em igreja.

4-UM FARDO LEVE
O trabalho do discípulo é difícil e desafiador. Mas, se comparado à escravidão do pecado, ele se torna leve e reconfortante por três motivos:
Primeiro, Jesus descreve a si mesmo como um mestre manso e humilde. Ele é acessível e gosta de ajudar. Ele é muito diferente dos professores e mestres prepotentes, vaidosos e limitados deste mundo.
Segundo, Jesus diz que seu jugo é suave e que seu fardo é leve. O jugo dos seres humanos é duro, porque o ser humano é implacável em seus juízos e preconceitos. Jesus, ao contrário, se compadece de nossas fraquezas porque ele é misericordioso. Estando ao seu serviço, encontramos liberdade e refrigério para as nossas almas ansiosas e sedentas.
Terceiro, Jesus garante descanso aos discípulos. Esse descanso está associado à paz em dois níveis: a “paz com Deus”, resultado da justificação (Rm 5:1) e a “paz de Deus”, que é quando colocamos nossas preocupações diante dele (Fp 4:6-7).
Assim sendo, por que então continuar nos debatendo na lama no pecado?

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

I - O SIGNIFICADO DO DISCIPULADO - RESUMO – PARTE 01

1)O CHAMADO PARA O DISCIPULADO
Talvez o maior defeito das igrejas cristãs nos dias atuais seja a falta do discipulado. Ser cristão significa ser discípulo. Quem se diz cristão e não é discípulo é cristão apenas de nome. É cristão “nominal”!
Ser discípulo é deixar tudo para seguir a Cristo! Quem não deixa tudo para seguir a Cristo é comparado ao homem que recebeu um talento para investir, mas preferiu escondê-lo. Não é convertido. Não demonstra gratidão pela salvação conquistada por Cristo na cruz.

I-Uma Graça Cara x Graça Barata
A ausência de boas obras e bons frutos na vida do cristão está ligada à teologia defeituosa que separa a fé do discipulado e a graça da obediência. Ensina que Jesus pode ser recebido como Salvador sem ser recebido como Senhor. Prega uma fé sem o exercício do compromisso com a vida moral e com restrições aos desejos da carne.
A Graça Cara é ter Cristo como o mestre supremo, em favor de quem somos capazes de arrancar o olho que nos faz tropeçar e amputar o braço que nos faz pecar. É cara porque nos chama para servir e obedecer, mas continua sendo de graça, pois foi alcançada por Cristo e não por nós. Já a Graça Barata é a pregação distorcida que diz haver perdão sem arrependimento, relativizando a gravidade do pecado na vida do ser humano. A Graça Barata desvaloriza a obra de Cristo!

II-ELEMENTOS DO DISCIPULADO
a)Obediência: “segue-me” é uma ordem, não um convite. Aqueles que realmente atendem ao chamado obedecem ao mestre. Este é o discípulo. Sem obediência não há cristianismo verdadeiro.
b)Arrependimento: (Lc 5:8;32). É impossível seguir a Cristo sem arrependimento. O cristão peca, mas não vive em pecado. A confissão é parte da vida e do culto cristão. Quem pensa seguir a Cristo sem renunciar ao pecado está se iludindo.
c)Submissão: está ligado às palavras submeter e sujeitar. Submeter é colocar-se sob a autoridade de outrem. Sujeitar é ser colocado sob a autoridade de outrem. A idéia é que nos colocamos e ao mesmo tempo somos colocados na posição de servos. Ele é o Senhor das nossas vidas!
d)Compromisso: a fé sem compromisso é morta. A verdadeira fé envolve conhecimento sobre o qual se baseia; é a resposta do coração que resulta do novo nascimento e do compromisso, sem o qual a fé seria apenas mera concordância com a existência de Deus da mesma forma que os demônios também concordam (Tiago 2:19).
e)Perseverança: (Mt 10:22 / Fp 2:12-13) o discipulado não é uma porta de entrada, mas um caminho a ser seguido para sempre. Estamos sendo salvos a cada dia e precisamos desenvolver a nossa salvação com temor e tremor diante de Deus.

III-TODOS PODEM SERVIR
O Discipulado significa atender ao chamado para uma vida transformada e para a perseverança diante de todos os problemas que possam surgir. O Mestre vai à sua frente. Ele já abriu o caminho. Ele esta dizendo: “Venha!”

Ele está ordenando: “Siga-me!”

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Pecado e a Queda - O Pacto de Obras


"E o SENHOR deu ao homem a seguinte ordem: —Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois, no dia em que você a comer, certamente morrerá.” (Gêneses 2:16-17)

Deus sempre atuou e ainda atua em nosso favor. Deus sempre providenciou meios de manter a ligação e a união com o homem que criara. O maior exemplo destes instrumentos de ligação é o estabelecimento de pactos.  O primeiro pacto foi um pacto de obras, já que a condição para cumprir este pacto era a perfeita obediência, uma vez que o homem não poderia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. De todos os frutos de todas as árvores o homem poderia deleitar-se, todavia, só de um, apenas um, era-lhe proibido desfrutar. A condição era simplesmente não fazer determinada coisa. Neste primeiro pacto, contudo, o homem falhou.  

sábado, 22 de setembro de 2012

Trindade – a essência e a verdade sobre o Deus único

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”(Mateus 28:19)

A maior prova de que há uma única religião verdadeira e de que esta é o Cristianismo, encontra-se na certeza da Santíssima Trindade. Quando Deus selou este mistério sagrado na Bíblia, seu objetivo foi exatamente estabelecer um critério básico de distinção entre as crenças humanas e a revelação da verdade. Deus é somente um, ainda que haja três pessoas distintas existindo numa única divindade. “Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um.”(1João 5:7). Assim temos três pessoas, mas um só Deus.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Fé no Deus Único – Fácil falar, difícil viver!


“Pois mesmo que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra, ( como de fato há muitos "deuses" e muitos "senhores" ), para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos.”(1Co 8:5-6)
O ateísmo está fora de moda. Antigamente, nos meios intelectuais e científicos, era chique se dizer ateu e as pessoas que professavam a fé em Deus eram tidas como ingênuas e inseguras.