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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sansão – o forte mais fraco de todos!

“Encontrando a carcaça de um jumento, pegou a queixada e com ela matou mil homens. Disse ele então: "Com uma queixada de jumento fiz deles montões. Com uma queixada de jumento matei mil homens". (Jzs 15:15-16 NVI)
A maior causa de queda é estar nas alturas. Sansão sentia-se forte demais, poderoso demais, sábio demais, e era vaidoso ao extremo. O resultado foi, como sempre, o fracasso total. Afinal, a maior causa de derrota é a confiança na vitória que ainda não aconteceu.

A vida de Sansão é um clássico exemplo de que força física não representa sabedoria.

Sua extrema força física não era proporcional à sua ínfima força mental; ele também não possuía qualquer traço da sabedoria vinda de Deus.

Ele nasceu em um lar onde seus pais se preocupavam com sua vida espiritual, moral e social. “Seu pai e sua mãe lhe perguntaram: "Será que não há mulher entre os seus parentes ou entre todo o seu povo? Você tem que ir aos filisteus incircuncisos para conseguir esposa? " Sansão, porém, disse ao pai: "Consiga-a para mim. É ela que me agrada". (Jzs 14:3 NVI)

Mas Sansão não estava nem um pouco interessado em seguir os conselhos dos pais e nem os princípios exigidos por Deus. Sansão queria gastar suas muitas energias da forma como bem entendesse! Ele se achava “o cara”!

Apesar de ter sido consagrado a Deus desde o ventre materno, Sansão não soube consagrar a melhor fase de sua vida ao Deus que o havia escolhido. “.....porque o menino será nazireu, consagrado a Deus, desde o nascimento até o dia da sua morte’ ". (Jzs 13:7 NVI)

Criticar Sansão é fácil; difícil é ter de reconhecer que costumamos seguir o mesmo estilo de vida que ele seguia.

É comum acharmos que Deus nos presenteou com menos força e com menos potencialidade do que deveria. Porém, tal desculpa não é válida. Todos nós somos dotados com talentos e potencialidades vindas de Deus. O que nos falta é intimidade com Deus em oração e sabedoria para saber usar os nossos talentos a serviço do Reino de Deus.

E há ainda outro problema grave em nossa vida: achar que os nossos talentos são fruto do nosso próprio mérito. Puro engano. Tudo o que temos nesta vida é presente de Deus; usá-lo fora dos padrões estabelecidos por ele é ingratidão. “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rom 11:36)

E as conseqüências do pecado da ingratidão são terríveis para nós, assim como foi para Sansão em várias ocasiões de sua vida. “E a mulher de Sansão foi dada ao amigo que tinha sido o acompanhante dele no casamento.”(Jzs 14:20)

Porém, Deus não deixou de governar a vida de Sansão em benefício de seu povo, mas ele, como indivíduo, viveu de forma medíocre. 

Sansão foi realmente um grande libertador para o povo de Israel, mas passou a vida inteira acorrentado às próprias fraquezas e vícios. “Fazendo-o dormir no seu colo, ela chamou um homem para cortar as sete tranças do cabelo dele, e assim começou a subjugá-lo. E a sua força o deixou. Então ela chamou: "Sansão, os filisteus o estão atacando! " Ele acordou do sono e pensou: "Sairei como antes e me livrarei". Mas não sabia que o Senhor o tinha deixado.”(Jzs 16:19-20 NVI)

Sansão se esqueceu de que a fonte da força espiritual está na obediência. E ele só tomou consciência de sua fraqueza espiritual quando Deus lhe tirou sua força física. Quantos de nós perdemos preciosos períodos de nossas vidas esbanjando em coisas vãs os talentos com que Deus nos presenteou. E só tomamos consciência disso quando já é tarde demais!

É bom estarmos cientes de que Deus nos dá tudo o que necessitamos para que tenhamos uma vida de intimidade e felicidade em sua presença. E também nos dá liberdade para buscarmos instrução em sua santa Palavra. 

Mas a inclinação do pecado, por ser inata ao ser humano desde Adão, sempre pesa mais e influencia as nossas escolhas importantes nesta vida. Assim, percebemos que a liberdade é ilusória, pois não temos capacidade de distinguir e fazer um juízo verdadeiramente imparcial e isento, nossas vontades e desejos são fortes demais.

A mancha do pecado é persistente. Mas não é maior que poder Deus que nos lava no precioso sangue de Cristo!

"Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês" (1Pe 1:18-20 NVI)

Por isso, só uma vida instruída pelo Espírito Santo de Deus na busca do caminho que está traçado em sua Palavra é que pode resgatar em nós a verdadeira liberdade de fazer o bem com prazer e humildade, vivendo na força que vem de Deus. 
O caminho é Cristo. Siga-o! Antes que seja tarde demais!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Segredos do ensino na pedagogia de Cristo.

“Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Marcos 1:21-22)
Estamos em um mundo onde as teorias distanciam-se cada vez mais da prática. Este é o mundo onde instituições de ensino transformaram-se em ponto de convivência de drogados, vagabundos e alienados.

As escolas e universidades estão apodrecendo o caráter dos alunos. Estamos amargando os tristes resultados de décadas de descaso com o aprendizado de valores absolutos. Abandonou-se o ensino ligado à prática da disciplina e do respeito. Ensina-se a ensinar, mas não se ensina a fazer. O ensino perdeu a autoridade. A autoridade perdeu o ensino.  

O ensino nas igrejas cristãs está caindo no mesmo abismo, pois o descrédito dos evangélicos é grande, principalmente em razão de um ensino distanciado do testemunho. Crentes que só dizem, mas não vivem, trazem descrédito à mensagem de Cristo. Pregam a verdade, mas vivem a mentira! O mundo precisa ver as nossas boas obras para glorificarem a Deus!

O grande segredo do ensino está ligado à autoridade. E podemos hoje pensar a autoridade como algo relacionado à autenticidade. Tem autoridade quem é autêntico. E ser autêntico é ser verdadeiro, explícito, claro, simples e ao mesmo tempo relevante. Ensina com autoridade quem ensina praticando. Ensina com autoridade quem ensina o que vive. Ensinar é viver!

Jesus Cristo ensinou a vida, e vida em abundância. Ele é o autor da vida. Ele é o Deus encarnado. Ele é o autor da vida e do ensino sobre como se deve viver. A autoridade de Jesus está ligada à autoria da própria vida. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”(João 1:3)

Recentemente, ao ler um livro de autoria do reverendo Luciano Rocha Guimarães, cujo título é “Restaurando o Compromisso com Deus”, fiquei impressionado com um capítulo dedicado a desvendar a pedagogia de Cristo. Pude extrair dali alguns segredos bíblicos sobre a autoridade do ensino de Cristo e que serve para as nossas vidas em sociedade e também em igreja. 

AUTOR DO PRÓPRIO ENSINO
O primeiro segredo da autoridade do ensino de Jesus está no fato de que ele transmitiu a Palavra vinda dele mesmo. E o Verbo era Deus. Ele ensinava um ensino vindo dele próprio. Ele era o autor do próprio ensino. O ensino de Jesus tinha autoridade porque era transmitido pelo próprio autor do ensino. O ensino de Jesus era autêntico e verdadeiro. Ele era a mensagem verdadeira e o verdadeiro mensageiro. Jesus é a Verdade!

ENSINAR PRATICANDO
O segundo segredo do ensino de Cristo está no fato de que ele viveu o seu ensino de forma prática. Ele disse ser o pão vindo do Céu, por isso, multiplicou pães para as multidões. Ele disse ser a luz do mundo, por isso, restituía a visão aos cegos. Jesus ensinava a vida espiritual através da atuação sobrenatural no mundo natural.

ENSINO DO COTIDIANO
O terceiro segredo do ensino de Senhor Jesus é o constante uso das experiências comuns aos homens do seu tempo. Jesus pregava por parábolas. As representações da vida cotidiana. Ele falava sobre o cuidado de rebanhos; sobre as colheitas; sobre as relações entre empregados e patrões; etc. As comparações despertavam o interesse e transformavam o abstrato em concreto. Além disso, mantinham o segredo transcendental do Reino de Deus somente para os escolhidos.

Precisamos conhecer e compreender a cultura e a realidade da vida diárias das pessoas para podermos mostrar aos outros a importância do Evangelho de Salvação em Jesus Cristo.

ENSINO TRANSFORMADOR
O quarto segredo do ensino de Cristo está na preocupação com transformação de vida e não com o mero conhecimento intelectual. O mero conhecimento conduz à vaidade e desprezo às pessoas. O cristianismo se preocupa com transformação individual. A Salvação é pessoal e não nacional ou universal. A mensagem deve ser universal, mas a transformação de vida e natureza é pessoal.

Jesus ama pessoas, almas e vidas! Jesus não veio inaugurar uma nova religião, pois religião é conjunto de regras e normas. Jesus veio trazer Deus às nossas vidas, pois para nós pecadores seria impossível irmos até Ele. Jesus veio transformar a natureza humana caída em natureza redimida. “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.”(João 3:6)

ENSINO E VERDADE
Podemos, então, concluir que o ensino do evangelho deve partir da verdade. A verdade é Cristo. As nossas vontades e opiniões podem nos enganar e enganar aos outros, mas a mensagem de Cristo é Palavra de Deus e não falha.

Aquele que ensina, deve se render àquele que o ensinou. Precisamos aprender cada vez mais de Cristo, pois Ele é a autoridade verdadeira. Devemos buscar conhecer e aproveitar as oportunidades que a vida diária nos apresenta para expor e ensinar a mensagem de salvação aos outros. E mais importante de tudo: a mensagem eficaz parte de uma vida transformada, pronta a transformar outras vidas.

Jesus nos deu vida nova e natureza nova para cumprirmos o seu mandamento de ir ao mundo e fazer discípulos de todas as nações. Sejamos novas criaturas, ensinando e vivendo o ensino verdadeiro!  

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Débora – uma mulher virtuosa, num mundo viciado


Voando pelo céu num dia e dando com a cara no chão no outro. Assim se resume a história do povo de Israel no período histórico descrito no livro de Juízes.

Quando o povo se arrependia e obedecia a Deus, este lhes enviava um libertador que os livrava da opressão dos povos inimigos. “O SENHOR lhes dava um líder e o ajudava. Enquanto esse líder vivia, o SENHOR salvava o povo dos seus inimigos. Ele tinha pena dos israelitas porque eles sofriam na escravidão. Mas, quando o líder morria, eles voltavam a viver como antes e se tornavam ainda piores do que os seus pais. Iam atrás de outros deuses, e os serviam, e adoravam. Teimavam em continuar nos seus maus caminhos” (Jzs 2:18-19)

Na prosperidade, esqueciam-se novamente de Deus e, na seqüência, caíam em ruína e destruição. Era um círculo vicioso, ou melhor, pecaminoso. Era uma sociedade oscilando entre o vício e a virtude, predominando o vício. Parece até a nossa vida, não é?

Pois bem, naquele tempo não havia rei em Israel e cada um fazia o que bem entendia. Não havia ainda uma estrutura de governo organizada e centralizada. A bagunça era geral!

A religiosidade também era vacilante. A idolatria se alastrava com facilidade, pois cada um cultuava a Deus da forma que melhor entendia. As preciosas Leis que Deus deu a Moisés estavam esquecidas, tanto quanto às regras de culto, como também as regras de convívio social.

Era um mundo relativista, muito parecido com o dos dias atuais. A vida religiosa e social era uma montanha-russa perigosa, sem sinto de segurança! Acreditar em um Deus único e com verdadeiro poder para salvar era algo impensável. 

Foi este o período no qual viveu Débora. Num contexto social turbulento e religiosamente insano, Deus desperta uma mulher para orientar e guiar o povo de Israel rumo a um processo de libertação e vitórias.
   
Débora é mais um caso interessante de como Deus sempre escolhe pessoas que não seriam escolhidas pelos padrões sociais convencionais. Até porque a ótica do mundo é viciada e corrompida pelo pecado. Na primeira vinda de Jesus, por exemplo, todos esperavam um rei que construísse e habitasse em palácios, mas veio o Deus-homem que nasceu num abrigo de animais e exerceu, na juventude, a humilde profissão de carpinteiro.   

Débora era mulher, e a bíblia diz que era esposa de Lapidote, ou seja, tinha um lar para cuidar (a tão falada dupla jornada feminina!), não exercia nenhum cargo governamental ou eclesiástico; mas era reconhecida como mensageira de Deus. “Havia uma palmeira entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim. Débora sentava-se debaixo dela, e os israelitas vinham até ali para que ela julgasse as questões que eles traziam”(Jzs 4:5)

Naquele tempo não havia a Palavra de Deus concluída da forma como a temos hoje, selada do Gênesis ao Apocalipse. Por isso, Deus escolhia seus profetas da mesma forma como escolheu Débora, conferindo-lhes o poder de discernir e explicar a vontade de Deus e transmiti-la ao povo com autoridade divina. Esta era a missão e o ministério de Débora.

Débora não fazia questão de posição social e nem de reconhecimento público, muito pelo contrário. Tanto assim, que mandou chamar Baraque para que o mesmo tivesse a honra de comandar os exércitos de Israel na batalha. 

Ela pode ser reconhecida como uma antítese do feminismo atual. E serve de exemplo também contra a vaidade exacerbada de muitos “poderosos” homens modernos!

Débora simplesmente cumpriu a vontade de Deus: combateu os vícios com o poder da virtude!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Raabe – Preconceito: uma barreira ao evangelho!


Mulher, prostituta e habitante de uma cidade inimiga destinada à destruição. Estas são as deploráveis características de Raabe, segundo a perspectiva humana.

Porém, segundo a soberania de Deus, Raabe era uma mulher destinada a ser instrumento de salvação do povo de Deus e a figurar entre os antepassados humanos do próprio Senhor Jesus Cristo. 

Ela foi uma mulher alvo da misericórdia gratuita de Deus. Raabe foi expressão viva de que a salvação é gratuita.“Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.”(Romanos 9:15-16)

Raabe reconheceu, pela fé, que a salvação que só pode vir de Deus e fez escolhas certas e decisivas para sua vida. “Pela fé a prostituta Raabe, por ter acolhido os espiões, não foi morta com os que haviam sido desobedientes”(Hebreus 11:31)

As escolhas certas na vida demonstram um sincero reconhecimento do poder de Deus.  “....O Deus de vocês, o SENHOR, é Deus lá em cima no céu e aqui em baixo na terra”(Josué 2:11)

A diferença entre a perspectiva humana e a soberania de Deus está no fato de que Deus é o criador. E só ele conhece o coração humano. Ele dá a vida; ele escolhe os seus; e só ele pode os salvar. A visão humana é limitada, preconceituosa, pobre e manchada pelo pecado.

O que nos leva a pensar, por exemplo, que estamos em melhores condições do que uma prostituta? A soberba humana, é óbvio. O que nos leva, por exemplo, a deixar a prostituição e servirmos a Deus? O próprio Deus, quando nos destinou à vida eterna, antes mesmo da fundação do mundo. Ele nos alcança e nos salva.

Os conceitos e os preconceitos humanos são formados pela visão míope do mundo exterior. Todavia, o mundo exterior engana. Nem sempre as mais bonitas refeições são as mais saborosas; nem sempre os alimentos mais estranhos e feios são os mais indigestos. 

A beleza pode estar escondida na feiura, assim como o veneno pode estar camuflado na beleza. Os padrões humanos podem ser confundidos“O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? "Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras. " (Jeremias 17:9-10)

Só Deus conhece o coração, só ele conhece o verdadeiro interior. Daí a necessidade de evangelização irrestrita. Não podemos esconder ou negar a mensagem de salvação em Jesus Cristo a ninguém. Aqueles que menos dão sinal exterior de aceitação do evangelho de salvação podem, no tempo determinado por Deus, serem vasos de bênçãos e instrumentos de salvação.“Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos. Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência”(Colossenses 3:11-12)

Porém, essa nova vida exige mudanças profundas. Nessa nova vida, inicia-se um processo de santificação operado pelo Espírito Santo de Deus. Uma nova natureza e uma nova disposição mental são enxertadas no ser humano, começando a agir de forma irresistível. Onde o interior que foi tocado e transformado por Deus irá gerar uma nova visão do exterior e uma nova vida de testemunho!

“Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pedro 1:14-15)