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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Pecado e a Queda - O Pacto de Obras


"E o SENHOR deu ao homem a seguinte ordem: —Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois, no dia em que você a comer, certamente morrerá.” (Gêneses 2:16-17)

Deus sempre atuou e ainda atua em nosso favor. Deus sempre providenciou meios de manter a ligação e a união com o homem que criara. O maior exemplo destes instrumentos de ligação é o estabelecimento de pactos.  O primeiro pacto foi um pacto de obras, já que a condição para cumprir este pacto era a perfeita obediência, uma vez que o homem não poderia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. De todos os frutos de todas as árvores o homem poderia deleitar-se, todavia, só de um, apenas um, era-lhe proibido desfrutar. A condição era simplesmente não fazer determinada coisa. Neste primeiro pacto, contudo, o homem falhou.  

1)Adão – representante da humanidade
“O pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram.”(Rom 5:12)

O primeiro pacto foi feito com Adão, o primeiro homem, então representante de toda a humanidade, que na época era formada apenas por ele e sua esposa Eva. Ambos falharam e comprometeram sua descendência. O mal entrou no mundo e hoje somos testemunhas de seus nefastos efeitos.   

Por que, então, Deus fez este pacto com Adão? Primeiro, para mostrar o seu domínio e sua soberania sobre a sua criação, em especial, ao homem, criado à sua própria imagem e semelhança. E em segundo, para demonstrar a união entre Deus e o homem, pois um pacto é um elo que uni duas pessoas.

Adão tinha plena condição e capacidade de cumprir este pacto, pois o pecado ainda não havia corrompido a natureza humana. Adão tinha a lei de Deus escrita em seu coração e era capaz de cumpri-la toda, diferentemente de nós. Só ele possuía livre-arbítrio pleno. O não cumprimento do pacto é que geraria a ruína e a decadência da natureza original, através do pecado, gerando a morte, inimigo que nos assusta até os dias hoje.

Mas fica a indagação: se Deus, sendo onisciente, sabia que Adão iria descumprir, por que lhe deu este mandamento? Ora, as leis não podem deixar de existir pela simples razão de que serão descumpridas. Adão era semelhante a Deus, mas não igual a Deus. Embora pudesse fazer a escolha certa, ele também poderia optar pelo caminho errado, como o fez. Mesmo ciente disso, Deus permitiu que acontecesse a queda para lhe mostrar sua dependência de Deus através do segundo pacto que já estava determinado: o pacto da graça, através de Jesus Cristo, pacto firmado com outros propósitos e com condições muito mais favoráveis à situação humana.  

2)Características do Pacto de Obras
No primeiro pacto, as obras eram exigidas para a pureza, a base para a justificação diante de Deus era a obediência. A vida eterna era concedida a Adão através da obediência em não comer o fruto proibido. Adão deveria demonstrar eterna, perfeita e pessoal obediência ao mandamento. A possibilidade de queda estaria sempre à sua vista na árvore do conhecimento do bem e do mal. O rigor da lei estaria sempre à sua espera em caso de falha. O pacto de obras era um pacto de rigor e perfeição.
Contrariamente, no pacto da graça, a prática de boas obras é exigida como forma de demonstrar nosso amor por Deus, que enviou seu filho unigênito, Jesus Cristo, para cumprir a obediência que nos era impossível em Adão.  No pacto da graça, é Deus quem efetua em nós o querer e o realizar boas obras. “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2:13)

Aplicações:
1)Deus sempre teve misericórdia e amor pelo ser humano. Ele teve prazer em se rebaixar para celebrar conosco um pacto que nos ligasse a ele. O fato de pactuar conosco é sinal de amizade e amor; é um ato de benevolência do Rei Eterno em favor de seus súditos. Temos, assim, um Deus que não só nos criou, mas que cuida de nós. 

2)A quebra do pacto, entretanto, foi iniciativa do próprio ser humano, representado por Adão. Isto nos mostra o quão fracos somos nós, e incapazes de nos mantermos firmes por nossa própria força. Se Adão, que possuía pleno arbítrio de suas ações, não foi capaz de fazer as escolhas certas, imagine a nossa situação, manchados que fomos pela corrupção deste primeiro pecado? Por isso, aquele que está de pé cuide para que não caia (1Co 10:12). Diante de Deus é preciso humildade, submissão e reverência! 

3)Veja sempre a maravilhosa bondade de Deus. Pois quando o homem quebrou o primeiro pacto, Deus teve prazer em estabelecer um novo pacto, o pacto da graça. O segundo pacto melhor e mais seguro do que o primeiro. Do pacto de obras, o homem poderia cair a qualquer instante, tudo dependia dele. No segundo pacto, tudo depende de Deus, o que garante a impossibilidade de queda e nos torna responsáveis por uma vida de gratidão e adoração àquele que nos salvou! 

 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.”(1Pe 1:3-5)

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