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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Débora – uma mulher virtuosa, num mundo viciado


Voando pelo céu num dia e dando com a cara no chão no outro. Assim se resume a história do povo de Israel no período histórico descrito no livro de Juízes.

Quando o povo se arrependia e obedecia a Deus, este lhes enviava um libertador que os livrava da opressão dos povos inimigos. “O SENHOR lhes dava um líder e o ajudava. Enquanto esse líder vivia, o SENHOR salvava o povo dos seus inimigos. Ele tinha pena dos israelitas porque eles sofriam na escravidão. Mas, quando o líder morria, eles voltavam a viver como antes e se tornavam ainda piores do que os seus pais. Iam atrás de outros deuses, e os serviam, e adoravam. Teimavam em continuar nos seus maus caminhos” (Jzs 2:18-19)

Na prosperidade, esqueciam-se novamente de Deus e, na seqüência, caíam em ruína e destruição. Era um círculo vicioso, ou melhor, pecaminoso. Era uma sociedade oscilando entre o vício e a virtude, predominando o vício. Parece até a nossa vida, não é?

Pois bem, naquele tempo não havia rei em Israel e cada um fazia o que bem entendia. Não havia ainda uma estrutura de governo organizada e centralizada. A bagunça era geral!

A religiosidade também era vacilante. A idolatria se alastrava com facilidade, pois cada um cultuava a Deus da forma que melhor entendia. As preciosas Leis que Deus deu a Moisés estavam esquecidas, tanto quanto às regras de culto, como também as regras de convívio social.

Era um mundo relativista, muito parecido com o dos dias atuais. A vida religiosa e social era uma montanha-russa perigosa, sem sinto de segurança! Acreditar em um Deus único e com verdadeiro poder para salvar era algo impensável. 

Foi este o período no qual viveu Débora. Num contexto social turbulento e religiosamente insano, Deus desperta uma mulher para orientar e guiar o povo de Israel rumo a um processo de libertação e vitórias.
   
Débora é mais um caso interessante de como Deus sempre escolhe pessoas que não seriam escolhidas pelos padrões sociais convencionais. Até porque a ótica do mundo é viciada e corrompida pelo pecado. Na primeira vinda de Jesus, por exemplo, todos esperavam um rei que construísse e habitasse em palácios, mas veio o Deus-homem que nasceu num abrigo de animais e exerceu, na juventude, a humilde profissão de carpinteiro.   

Débora era mulher, e a bíblia diz que era esposa de Lapidote, ou seja, tinha um lar para cuidar (a tão falada dupla jornada feminina!), não exercia nenhum cargo governamental ou eclesiástico; mas era reconhecida como mensageira de Deus. “Havia uma palmeira entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim. Débora sentava-se debaixo dela, e os israelitas vinham até ali para que ela julgasse as questões que eles traziam”(Jzs 4:5)

Naquele tempo não havia a Palavra de Deus concluída da forma como a temos hoje, selada do Gênesis ao Apocalipse. Por isso, Deus escolhia seus profetas da mesma forma como escolheu Débora, conferindo-lhes o poder de discernir e explicar a vontade de Deus e transmiti-la ao povo com autoridade divina. Esta era a missão e o ministério de Débora.

Débora não fazia questão de posição social e nem de reconhecimento público, muito pelo contrário. Tanto assim, que mandou chamar Baraque para que o mesmo tivesse a honra de comandar os exércitos de Israel na batalha. 

Ela pode ser reconhecida como uma antítese do feminismo atual. E serve de exemplo também contra a vaidade exacerbada de muitos “poderosos” homens modernos!

Débora simplesmente cumpriu a vontade de Deus: combateu os vícios com o poder da virtude!

Um comentário:

  1. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são”. (I Corintios 1:27 e 28)
    Deus escolhe, chama e capacita quem Ele quer!
    E vemos na vida de Débora, um exemplo de que, os projetos de Deus, contrapõem os projetos humanos.
    Ao observarmos Juízes 5:12, veremos uma mensagem velada ao despertamento espiritual:
    "Desperta, desperta, Débora; desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva em cativeiro os teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão."
    Despertar é agir na força que vem de Deus, é nos posicionarmos, e dizermos não, ao comodismo.
    A indiferença e a imparcialidade, também estão relacionadas ao comodismo: porque eu não me envolvo, não me posiciono, não corro risco, não sei de nada e não assumo nenhuma responsabilidade.
    Mas a vitória de Débora foi imprescindível a quê? Ao seu despertamento.
    Débora garantiu quarenta anos de paz em Israel (Jz 5.31), porque teve coragem, determinação e fé em Deus. A nossa vitória também, torna-se imprenscindível ao nosso despertamento, que requer: deixarmos o nosso comodismo, conformismo e negligência, nos valendo da nossa coragem, determinação e fidelidade a Deus, para garantirmos paz em meio a tormenta.
    Vale lembrar que, quem confia em homens se frusta. Débora confiava na força divina, e não na humana:
    “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei” (Juízes 4:8).
    Podemos confiar em Deus, de que Ele nos dará a força que precisamos.
    Que Deus nos ajude a, como Débora, confiarmos nEle, e não nas nossas próprias forças, e fazermos o melhor possível, com esmero, aquilo que Ele nos capacitou a fazer.
    Fabrícia Leite.

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