Voando pelo céu num dia e dando com a cara no chão no outro.
Assim se resume a história do povo de Israel no período histórico descrito no
livro de Juízes.
Quando o povo se arrependia e obedecia a Deus, este lhes
enviava um libertador que os livrava da opressão dos povos inimigos. “O SENHOR
lhes dava um líder e o ajudava. Enquanto esse líder vivia, o SENHOR salvava o
povo dos seus inimigos. Ele tinha pena dos israelitas porque eles sofriam na
escravidão. Mas, quando o líder morria, eles voltavam a viver como antes e se
tornavam ainda piores do que os seus pais. Iam atrás de outros deuses, e os
serviam, e adoravam. Teimavam em continuar nos seus maus caminhos” (Jzs
2:18-19)
Na prosperidade,
esqueciam-se novamente de Deus e, na seqüência, caíam em ruína e destruição. Era
um círculo vicioso, ou melhor, pecaminoso. Era uma sociedade oscilando entre o
vício e a virtude, predominando o vício. Parece até a nossa vida, não é?
Pois bem, naquele tempo não havia rei em Israel e cada um
fazia o que bem entendia. Não havia ainda uma estrutura de governo organizada e
centralizada. A bagunça era geral!
A religiosidade também era vacilante. A idolatria se
alastrava com facilidade, pois cada um cultuava a Deus da forma que melhor
entendia. As preciosas Leis que Deus deu a Moisés estavam esquecidas, tanto
quanto às regras de culto, como também as regras de convívio social.
Era um mundo relativista, muito parecido com o dos dias
atuais. A vida religiosa e social era uma montanha-russa perigosa, sem sinto de
segurança! Acreditar em um Deus único e com verdadeiro poder para salvar era
algo impensável.
Foi este o período no qual viveu Débora. Num contexto social
turbulento e religiosamente insano, Deus desperta uma mulher para orientar e
guiar o povo de Israel rumo a um processo de libertação e vitórias.
Débora é mais um caso interessante de como Deus sempre escolhe
pessoas que não seriam escolhidas pelos padrões sociais convencionais. Até
porque a ótica do mundo é viciada e corrompida pelo pecado. Na primeira vinda
de Jesus, por exemplo, todos esperavam um rei que construísse e habitasse em palácios,
mas veio o Deus-homem que nasceu num abrigo de animais e exerceu, na juventude,
a humilde profissão de carpinteiro.
Débora era mulher, e a
bíblia diz que era esposa de Lapidote, ou seja, tinha um lar para cuidar (a tão
falada dupla jornada feminina!), não exercia nenhum cargo governamental ou
eclesiástico; mas era reconhecida como mensageira de Deus. “Havia uma palmeira
entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim. Débora sentava-se debaixo
dela, e os israelitas vinham até ali para que ela julgasse as questões que eles
traziam”(Jzs 4:5)
Naquele tempo não
havia a Palavra de Deus concluída da forma como a temos hoje, selada do Gênesis
ao Apocalipse. Por isso, Deus escolhia seus profetas da mesma forma como
escolheu Débora, conferindo-lhes o poder de discernir e explicar a vontade de
Deus e transmiti-la ao povo com autoridade divina. Esta era a missão e o ministério de Débora.
Débora não fazia questão de posição social e nem de
reconhecimento público, muito pelo contrário. Tanto assim, que mandou chamar Baraque para que o mesmo
tivesse a honra de comandar os exércitos de Israel na batalha.
Ela pode ser
reconhecida como uma antítese do feminismo atual. E serve de exemplo
também contra a vaidade exacerbada de muitos “poderosos” homens modernos!
Débora simplesmente cumpriu a vontade de Deus: combateu os
vícios com o poder da virtude!
“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são”. (I Corintios 1:27 e 28)
ResponderExcluirDeus escolhe, chama e capacita quem Ele quer!
E vemos na vida de Débora, um exemplo de que, os projetos de Deus, contrapõem os projetos humanos.
Ao observarmos Juízes 5:12, veremos uma mensagem velada ao despertamento espiritual:
"Desperta, desperta, Débora; desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva em cativeiro os teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão."
Despertar é agir na força que vem de Deus, é nos posicionarmos, e dizermos não, ao comodismo.
A indiferença e a imparcialidade, também estão relacionadas ao comodismo: porque eu não me envolvo, não me posiciono, não corro risco, não sei de nada e não assumo nenhuma responsabilidade.
Mas a vitória de Débora foi imprescindível a quê? Ao seu despertamento.
Débora garantiu quarenta anos de paz em Israel (Jz 5.31), porque teve coragem, determinação e fé em Deus. A nossa vitória também, torna-se imprenscindível ao nosso despertamento, que requer: deixarmos o nosso comodismo, conformismo e negligência, nos valendo da nossa coragem, determinação e fidelidade a Deus, para garantirmos paz em meio a tormenta.
Vale lembrar que, quem confia em homens se frusta. Débora confiava na força divina, e não na humana:
“Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei” (Juízes 4:8).
Podemos confiar em Deus, de que Ele nos dará a força que precisamos.
Que Deus nos ajude a, como Débora, confiarmos nEle, e não nas nossas próprias forças, e fazermos o melhor possível, com esmero, aquilo que Ele nos capacitou a fazer.
Fabrícia Leite.