Quem é Deus? (parte 3)

“—Mas será que, de fato, ó Deus, tu podes morar no meio de nós, criaturas humanas, aqui na terra? Tu és tão grande, que não cabes nem mesmo no céu. Como poderia este Templo que eu construí ser bastante grande para isso?”(2Crônicas 6:18)

Deus é espírito infinito. Assimilar a infinitude de Deus é algo complexo demais para os seres humanos. O versículo acima nos mostra que o próprio rei Salomão, dotado de extrema inteligência, deparou-se com este fato e reconheceu os parcos limites da compreensão humana. Ele havia edificado um templo majestoso para Deus, mas sabia que a infinitude de Deus não ficaria restrita a paredes. 

A primeira compreensão que devemos ter sobre o aspecto infinito de Deus é a sua onipresença. Para Deus não há limites. Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele é o único ser espiritual que possui tal atributo. Deus está em todos os lugares em sua virtude, influência e em sua essência. A essência de Deus enche todos os lugares. “Ninguém pode se esconder num lugar onde eu não possa ver. Então vocês não sabem que estou em toda parte, no céu e na terra?”(Jeremias 23:24)

Mas se Deus é infinito e está em todos os lugares, será que ele está presente também em lugares impuros e se mistura com a impureza? Ora, a natureza divina não se mistura com a matéria criada e nem pode ser contaminada por suas impurezas. Do mesmo modo que o Sol, que é apenas uma estrela, brilha em lugares imundos e aquece ambientes úmidos e frios da Terra sem perder e nem diminuir o seu calor original. Do mesmo modo, a ação de Deus pode transformar qualquer ambiente, mas nunca será afetado em seu esplendor e em nenhum outro aspecto de sua natureza divina e pura.

A segunda compreensão sobre a infinitude de Deus é que estando ele presente em todos os lugares, exercerá ali sua completa influência, seja para a salvação, seja para a condenação. Ele governa todas as coisas em sua própria pessoa.  “Pois ele marcou o dia em que vai julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu prova disso a todos quando ressuscitou esse homem.”(Atos 17:31)

Quando Deus utiliza a ação dos anjos ou dos seres humanos, ele o faz para que estes o glorifiquem pelo seu infinito poder e para usar de misericórdia em favor deles próprios. “Ele quis também mostrar como é grande a sua glória, que ele derramou sobre nós, que somos aqueles de quem ele teve pena e a quem ele já havia preparado para receberem a sua glória.”(Romanos 9:23)

A terceira compreensão que podemos ter da infinitude de Deus é que estando ele em todos os lugares, então, é possível andar e estar próximo de Deus. Nós temos entre nós um Deus presente e amoroso. É possível andar com Deus. Enoque andou com Deus. Ele não está confinado no céu. Ele é onipresente. Está acima de nós, mas ao mesmo tempo, perto de cada um de nós.  “Portanto, cheguemos perto de Deus com um coração sincero e uma fé firme, com a consciência limpa das nossas culpas e com o corpo lavado com água pura.”(Heb 10:22)

É preciso aprendermos a admirar e a glorificar o que não podemos compreender. No céu, veremos Deus claramente, mas não totalmente, pois ele é infinito. Neste mundo, vemos apenas os raios de sua glória através do esplendor da criação, mas a mancha do pecado não nos permite compreender a totalidade do seu eterno poder.

Confinar Deus dentro do estreito espaço da nossa razão é limitá-lo. Não devemos limitar Deus à nossa razão.  Ele é infinito e os seus caminhos vão muito além do que se pode compreender.

Salomão estava certo! Deus não se limita a templos edificados por mãos humanas, mas edifica humanos para serem templos de Deus, através da comunhão em Jesus Cristo, o Deus conosco. “Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus,”(1Co 6:19)