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sábado, 9 de junho de 2012

Quem é Deus? (parte 6)


“O SENHOR diz: —Eu sou o SENHOR e não mudo. É por isso que vocês, os descendentes de Jacó, não foram destruídos.”(Mal 3:6)
Deus é imutável. Mas o homem é uma metamorfose ambulante.

Quando em 1973, Raul Seixas cantou que preferia ser “essa metamorfose ambulante de que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...” ele falou algo redundante, pois ser uma metamorfose ambulante faz parte da condição humana. 

Ninguém consegue optar por ser a mesma coisa a vida inteira; por outro lado, dizer que será uma constante mutação é algo trivial. Duvido que você conheça alguém que nunca mudou. Querendo ou não as mudanças acontecem dia a dia em nossas vidas. Algumas mudanças são para melhor, outras para pior! 

A vida é assim mesmo, Raul Seixas fez e Paulo Coelho ainda faz muito sucesso dizendo e escrevendo trivialidades banais.É próprio da condição do ser humano mudar. Só há um ser imutável. Deus é imutável. Ele não é passível de mudança, não se arrepende, não volta á trás, não comete erros que precisam ser concertados. 

A imutabilidade divina está associada à perfeição suprema e absoluta. O que é perfeito não muda. A mudança é própria da imperfeição.

Deus é imutável em sua natureza. “A terra e o céu vão acabar, mas tu viverás para sempre. A terra e o céu se gastarão como roupas. Tu os trocarás como se troca de roupa, e eles serão jogados fora. Mas tu és sempre o mesmo, e a tua vida não tem fim.”(Slm 102:26-27). Toda a criação de Deus se transforma num ciclo aparentemente infinito de vida e morte. As plantas, os animais, os seres humanos. Tudo vem e vai. Tudo se repete, mas nada é o mesmo que já foi. Tudo é igual, mas sempre diferente. A única certeza é a mudança. Sempre existiram reinos e reis na história humana. Mas nenhum foi eterno. Até os céus mudam, o universo se expande a cada instante.

Mas aquele que habita nos céus não. Deus não muda e não mudará. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.”(Tiago 1:17)

Os homens mais santos que já existiram eram passíveis de mudança. O cristão em sua vida espiritual é cheio de variações, quantas são as recaídas na religião!

O único homem que existiu e não mudou foi Jesus Cristo e a razão da sua imutabilidade é simples. Ele é o Deus encarnado. “A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai.”(João 1:14).

É por isso que crer em Cristo é crer no amor imutável de Deus em nosso favor. Amor tão sublime que se revelou a nós em forma humana, materializando-se para nos salvar, para se oferecer em sacrifício santo pelos nossos pecados. 

A nossa carne mutável e pecaminosa não serviria para agradar ao Deus perfeito, santo e imutável; assim ele mesmo se ofereceu por nós. Ofereceu-nos sua perfeição, seu exemplo de amor e humildade. Daí a razão dos dois maiores mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas, porque ele revelou seu amor por nós nos salvando de nossa imperfeição; amar ao próximo, porque ele nos amou sendo nós imperfeitos, do mesmo modo, devemos amor ao próximo independente de suas imperfeições.

Deus é imutável em suas decisões. Tudo o que Deus decretou desde a eternidade é imutável. “Desde o princípio, anunciei as coisas do futuro; há muito tempo, eu disse o que ia acontecer. Afirmei que o meu plano seria cumprido, que eu faria tudo o que havia resolvido fazer.”(Isaías 46:10). Se Deus mudasse suas decisões seria por falha em sua sabedoria, ele então não seria Deus. Os homens mudam suas decisões por falha na sabedoria. Só conseguimos enxergar as coisas com clareza depois que elas acontecem, nossas previsões são passíveis de falhas, pois não sabemos todas as coisas.

Quando a Bíblia atribui arrependimento a Deus, exemplo do livro de Jonas 3:10, trata-se de algo figurativo. Deus é tão misericordioso que explica a sua bondade e paciência com a humanidade em termos linguísticos que podemos compreender. Ao inspirar as Sagradas Escrituras, Deus explicou a si próprio em linguagem humana compreensível. 

Só mesmo a mente ainda obscurecida pelo pecado da incredulidade pode contemplar o universo e imaginar que o criador de tão vasta ordem infinita é passível de um sentimento fruto da imperfeição como o arrependimento. No livro de Jonas, Deus sentenciou Nínive pelos seus constantes pecados, mas decretou sua salvação mediante o arrependimento do povo daquela cidade. Embora a sentença fosse a aniquilação total, o decreto de Deus não era a destruição, mas a salvação.

É assim também em relação à salvação que só encontramos em Jesus Cristo. A sentença pelos nossos pecados é a morte. Porém, “pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; (Efésios 2:8).

A decisão de Deus em nos salvar é eterna e imutável e não dependeu do grau de santidade em que estávamos ao sermos alcançados por Deus. Não somos escolhidos pela santidade, mas para a santidade. Não somos escolhidos pela nossa fé, mas pela fé que Deus nos concedeu através de Cristo. A fé salvadora é dom de Deus. É por isso que o alvo de nossas vidas após a conversão deve ser a santidade e a proclamação do evangelho de salvação a outras pessoas.

Saber que Deus é imutável é um grande consolo para as nossas vidas. As aflições são passageiras e controladas pela providência de Deus em nosso favor. As mudanças acontecerão, mas vitória está garantida, pois não foi conquistada por nós, mas por Jesus Cristo que venceu a morte.
“Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.”
(João 10:28)

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