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sábado, 17 de setembro de 2011

Jacó e o problema da esperteza – Parte 1


Nos próximos dois domingos nós discutiremos sobre um pouco da história de Jacó, o terceiro dos patriarcas hebreus que estamos estudando; ele é filho de Isaque e neto de Abraão. Como seu pai e avô, Jacó também foi um homem alvo das promessas de Deus.

O foco do nosso estudo sobre Jacó será a transformação que Deus operou ao longo de sua vida. Entenderemos que Deus também atua em nossas vidas, às vezes de forma muito estranha e enigmática, mas nunca nos abandona!

Esperteza cultural
Mas, primeiro, vamos tratar da vã esperteza de Jacó. Mas antes, destacamos que é estranho no Brasil tratar a esperteza como um problema, pois a nossa cultura nos incentiva a apreciá-la como mérito. Prova disso é o caráter da maioria dos representantes que elegemos. Todavia, o padrão de Deus é exatamente o inverso disso. “A vida da pessoa honesta é cheia de felicidade, mas quem tem pressa de enriquecer não fica sem castigo” (Provérbios 28:20)

A história de Jacó é a prova viva de que Deus age soberanamente em nossas vidas, mesmo quando lutamos contra a sua vontade e tentamos dar, espertamente, uma “mãozinha” aos planos de Deus. Ele atua porque é Deus vivo. Ele salva, mesmo contra a vontade do ser humano pecador.

Esperteza em Família
Lamentavelmente, a própria família de Jacó contribuiu para muitas idiotices que ele fez, mas nada tira sua responsabilidade pessoal. Todos nós somos responsáveis por nossas atitudes. Mas, assim como nós, Jacó se aproveitou de seus problemas familiares para desobedecer a Deus.

O esperto sempre acha que existem atalhos para se fazer a coisa certa!

E Deus teve de agir para desfazer as tolices de Jacó; porém, não lhe livrou dos sofrimentos, frutos de suas atitudes impensadas.

Deus tinha grandes planos para a vida de Jacó antes mesmo dele nascer. Ele tinha um irmão gêmeo – Esaú - que nasceu primeiro; Jacó nasceu logo em seguida. Mas antes disso, Deus já havia determinado aos seus pais que o mais velho serviria ao mais novo, ou seja, Esaú é quem deveria servir a Jacó: “.... e o mais velho será dominado pelo mais moço”(Gêneses 25:23)

Deus não se limita aos costumes e nem às tradições humanas, ele é soberano!

Mas Isaque e Rebeca, pais dos gêmeos, deixaram que suas preferências pessoais por cada um dos filhos fossem maiores do que a obediência à ordem de Deus: “Isaque amava mais Esaú porque gostava de comer da carne dos animais que ele caçava. Rebeca, por sua vez, preferia Jacó” (Gêneses 25:28)

Esperteza, negociação e engano
Jacó imaginou, então, que poderia “negociar” com seu irmão para obter os direitos de primogenitura, pois percebia que seu pai nunca lhe garantiria tal direito pelas vias normais. 

Esse é o outro problema do esperto! Ele nunca pensa que existe uma mão superior que governa todas as coisas e nem que existe um olho superior que a tudo observa.

E não bastando ter se aproveitado da fraqueza moral e espiritual de seu irmão Esaú, Jacó ainda se aliou à própria mãe para trapacear contra seu pai Isaque, aproveitando-se de sua fraqueza física. Isaque abençoou Jacó por engano, pois estava cego. Hoje em dia ele poderia ser enquadrado no Estatuto do Idoso!

Esperteza e seus resultados
E Jacó conquistou a ira mortal de seu irmão. “Esaú disse: —Esta é a segunda vez que ele me engana. Foi com razão que puseram nele o nome de Jacó. Primeiro ele me tirou os direitos de filho mais velho e agora tirou a bênção que era minha. Pai, será que o senhor não guardou nenhuma bênção para mim? .... Esaú ficou com ódio de Jacó porque o seu pai tinha dado a ele a bênção. Então pensou assim: “O meu pai vai morrer logo. Quando acabarem os dias de luto, vou matar o meu irmão. ” (Gêneses 27:36;41)

Como resultado, Jacó foi obrigado a fugir para uma terra distante. Sofreu as consequencias de seu pecado. E nunca mais vou a ver sua mamãe querida. Rebeca foi punida, pois perdeu a convivência com seu filho preferido! Mas isso foi só o começo, pois o enganador também é enganado!

Como são tristes e passageiras as recompensas que cabem aos espertos! 

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